ATERRAMENTO é uma obra colaborativa das artistas Stella Michalski e Luisa Casagranda. A performance multimídia foi exibida em conjunto com a obra física do ATERRAMENTO na exposição Risco de Verso, em 2022, no Instituto Ling a convite do Instituto De Ponto a virgula com colaboração da performer Jo e da músicista Beili.
Instigadas pela urgência de conscientização acerca do ato de doar órgãos, cria-se, de maneira colaborativa, a obra física e audiovisual do ATERRAMENTO. O conceito da obra passa através de estudos da fenomenologia da percepção de Merleau Ponty e também por noções do fenômeno do Aterramento.
A teoria da Fenomenologia da Percepção diz respeito a uma "mente-corpo", esta que possui intencionalidade e utiliza-se da sua capacidade de sentir de maneira consciente para imprimir em um corpo-próprio suas trajetórias afetivas, culturais e sociais. A partir das quais traça-se uma reflexão particular das experiências e do mundo.
Já, o fenômeno de aterramento retoma um conhecimento ancestral que utiliza do contato direto do corpo humano com a terra. Esse ato potencializa trocas eletromagnéticas que ocorrem com o contato direto entre ambos, trazendo efeitos que são do ambiente até o organismo humano. Este estímulo afeta os sistemas nervosos do corpo humano elétrica e químicamente aumentando o seu potencial eletromagnético e reverberando essa atividade elétrica para o cérebro.
A obra ATERRAMENTO propõe reflexão a respeito da percepção em si, e da capacidade do corpo de perceber o meio ambiente e as trocas que estes possuem entre si. A obra abraça -através de uma performance multimídia- diversas expressões particulares em cima do ato da doação de um órgão. A obra é fomentada a partir de um processo em que sons são criados a partir de um conceito norteador; o corpo se movimenta a partir do som. Criando assim uma imagem que, por suas vez, sofre interferência pelo olhar da fotógrafa/cinegrafista. Assim como segue se transformando pelo olho de quem a vê
Partimos da hipótese de que o ato da doação de órgãos possui três impulsos norteadores. O primeiro se entende como o preenchimento de espaços. O segundo como transferência entre corpas/ambiente. O terceiro de preenchimento dos espaços novos e modificados. Esses três processos dizem respeito a uma troca entre corpo e natureza, com momentos etéreos de suspensão, de retomada e de posse. Propondo assim uma reflexão para além da dualidade da vida e da morte, esta que compreende que a morte não nos faz deixar de existir já que ela participa do mesmo processo que é o existir e consequentemente ela nos faz deixar de ser a todos os momentos.
Com direção criativa, cinematografia, conceito e texto curatorial de @stellamichalski
Direção criativa, direção de arte e styling de @casagranda_luisa
Performance de @ovadiajo
Trilha Sonora por @beili____ e (captura de baixo, hihat e o carrilhão por @nochollos )
Assistentes de produção @lo.reginato e @bortoprodigy_
Balaclava e calcinha feitas por @finaflorarte
Direção criativa, direção de arte e styling de @casagranda_luisa
Performance de @ovadiajo
Trilha Sonora por @beili____ e (captura de baixo, hihat e o carrilhão por @nochollos )
Assistentes de produção @lo.reginato e @bortoprodigy_
Balaclava e calcinha feitas por @finaflorarte